Doçura

Doçura

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

A letra certa


Há tempos que não escrevo, não porque não queira, ou por falta do que dizer já que não me falta o que sentir, mas pela sensibilidade que está impregnando as palavras.
Tenho que ter cuidado, pra não sentir demais, pra sorrir em exagero, pra não sofrer além da conta, estou cheia do pés a cabeça de tanta vontade, de tanto sentir.
Nesses tempos de luxuria sentimental, me recuo aos meus pensamentos e não os conto a ninguém, meus segredos guardados não carecem de tornar-se literatura, carece apenas latejar em meu cérebro enquanto aguardam por serem esquecidos.

Espero um lampejo de sol, já que a chuva insiste em cair.

Do verbo banalizar


Costumo dizer que a base para qualquer relacionamento é a CONFIANÇA e o RESPEITO.
Bom, alguns valores se perderam com as praticas liberais , com o sonho da liberdade a todo custo, liberdade verbal, sexual, de ir e vir.
E a bendita pratica dos direitos iguais? Homens e mulheres iguais em tudo. Eu não!!
As pessoas perderam o respeito pelo outro e o pior por SI mesmas, me entristece...
Em momentos como esse, esse aqui e agora, que paro analiso as palavras e principalmente as atitudes, me sinto covarde.
Covarde, por querer a todo custo fugir das mentiras erguidas com paredes solidas mas em chão de areia. Desmorona!!
Covarde, por não querer calar e consentir, por não querer fazer parte de tudo isso.
No entanto, me olho no espelho enquanto enxugo os resquícios das lágrimas, acarinho meu ventre e então respiro fundo.
Não sei se o que faço é certo, se fingir que não vejo, não ouço e não sinto é mais correto, mas é o que de fato meu coração quer fazer agora, mais uma chance.
Mais uma chance pra humanidade que me cerca dia a dia, mais uma chance pra ver minha filha crescer cercada pelo que acredito ser o certo.
Me despeço desse texto como quem lamenta e como covarde que sou peço desculpas a mim mesma, por estar anulando parte da minha rebeldia que prefere se calar a falar mais uma vez.