Doçura

Doçura

sábado, 23 de janeiro de 2010

Ouvi dizer


Eu ouvi, sim ouvi, repetidas vezes, eu te amo.
E calei pra mim essa insana impressão de amor.
A chance de ser muito especial na vida de alguém, alguém perfeito.
Alguém perfeito não existe, uma mulher incrível é invisível, passa despercebida, passa sem ser vista.
Caminha com elegância, tem o olhar que percorre a alma, inabalavel, inalcansável.
Desfila seu sorriso, em gesto sutis de gentileza mansa, escorrega pelas agitadas ruas e ao entardecer jaz em sua cama, onde secretamente conversa consigo mesma seus sonhos, traça seus caminhos, enche de cor e pássaros cantores seus dias.
Eu ouvi, já vi.
Hoje quase não recordo, dos traço de seu rosto, se havia covinhas em seu sorriso, da força de sua mão, do aconchego do seu abraço.
Ainda converso comigo mesma antes de adormecer e sonho assim que fecho os olhos, com os dias que desenhei.
As palavras murmuram em meus ouvidos, mas não reconheço sua voz.
Não pense mal de mim, apenas não sei mais como me lembrar, não há mais fotos, nem cartas, ou o perfume, o gosto já não sinto a tempos.

" ... ouvi você dizer que eu era tudo que você sempre quis, mesmo triste estava feliz, e acabei acreditando em ilusões ... E só assim pude entender, que o grande mal que eu fiz foi a mim mesmo"

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

E se?

Tava de bobeira como sempre, distraída que só
Olhando pro nanda, esperando coisa alguma
Pensando e dispensando
Filosofando. Preferiria dormir naquela noite, mas era meu aniversário, tinha convidados e tinha uma festa pra mim.
"Toma um energético aqui e outro ali pra acender
Espera a meia noite chegar pra enlouquecer"
Se me sobrevir a frieza do estado adulto, que me lancem na piscina de bolas.
Não era mais uma noite, era noite das próximas semanas.
Era a noite dos 27, era noite do email trocado, da fala desajustada, da timidez de la pra cá.
Eu não pretendia, eu na verdade nem queria, não tinha te percebido.
Assim foi, e hoje, semanas passadas do encontro descabido, te dei adeus.
Não percebe que não poderia, não entende que não deviria ser?
O encanto se escondeu de ti, pra você não se apaixonar,
Se assim o fosse, como hoje diria adeus?
Como iria pra longe, se se apaixonasse?
Não vê, não percebe?
E se eu não tivesse ido lá? Como saberia o gosto do beijo, como entenderia a ternura do olhar, como decifraria meu sorriso?
E se houver arrependimento? E você quiser voltar?
E se for assim? Eu diria sim. Aceito!
"Você disse que não sabe se não
Mas também não tem certeza que sim, quer saber, quando é assim...
Soltar essa louca arder de paixão, não há como saber pra decidir..
Mas você adora um se.
Eu levo a serio, mas você disfarça..."

De volta e meia, volta


Vou vestir a paixão, vou disfarça-la, pra não ser reconhecida.
Você me diz palavras bobas, palavras tolas, que nem quero ouvir,
Você insisti em me ver sorrir
Você me encara e se disfarça
Não queria te encontrar, você me viu
Não queria conversar, você me tirou pra dançar
Eu que ficava tão bem no meu vestido sóbrio, tive que me fantasiar.
Eu que pretendia uma fatia de bolo de chocolate no fim de tarde de verão, tive que brindar
Eu que não quis nada, precisei acreditar
Que a paixão vestida de flores assenta melhor com os brincos pérolas,
Que a tarde ensolarada pedia pra ser compartilhada,
Que a musica mesmo depois de algum tempo pode ser ouvida.
Que ainda vai me encontrar dançando em frete a janela esperando você chegar.