Doçura

Doçura

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Palavras apenas, palavras ao vento


As palavras, depois de ditas, nunca mais retornam, caem em outras bocas, invadem os ouvidos atentos e desatento, que distorcem e contorcem.

Depois de proferida se permite ser compreendida, julgada, interpretada, cada um com sei jeito, sua forma, seu tom.

O que eu disse, jamais será repetido da forma como disse, na mesma intonação, no mesmo sentido de ser pronunciado.

A mesma palavra é sentida e ouvida de formas diferentes e depois de dita, acredite, jamais voltará.

Cuidado com o que fala, com o que deseja, pode ser real, pode torna-se verdadeiro, pode voltar-se contra você. Em outra boca, tem outro tom, outra verdade.

Calar e falar.

Quando, como, com quem, porque, com que razão, com que sentido, com qual sonoridade?

Mas principalmente a quais ouvidos?

Aos meus, ando preferindo falar comigo mesma e com Deus, eu e Ele, não contaremos nada a ninguém, guardaremos segredo, saberemos ouvir exatamente o que foi dito, não o que eu penso ter ouvido, as vezes nossos pensamentos falam mais que nossas bocas.

Enfim, como saber?

Calando? e se calar tanto até sucumbir em si mesmo?

E se falar minimamente e sucumbir no outro?

Pense, somente...


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