O difícil é manter-me quieta.
Minha avó sempre me ensinou que a mulher sabia edifica o lar.
Um ditado antigo e corriqueiro diz "quem fala demais dá bom dia a cavalo", contudo de acordo com os astros e suas posições no espaço no dia do meu nascimento, a fala é quase que obrigatória, e então, segura essa, eu me remoo e me contorço para manter-me quieta no meu canto.
Engulo a seco um universo de injurias para dar a outra face.
Para preservar meu coração, me consumo em mim mesma.
Perdi minha expressão, minha liberdade de falar, meu lugar...
Pego meu carro e dirijo em torno da cidade falando comigo mesma. O volante é meu confidente, o som alto meu cúmplice, nenhuma palavra pode ser dispensada no vento, circulam ao meu redor e encontram lógica quando eu mesma as escuto.
Preciso de sol.
Converso com Madu e digo sempre a ela que podemos conquistar um mundo e até voar, se quisermos.
Beijos com cereja.
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