Doçura

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quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Quatro Ventos fortes


No fim da rua um pouco além das demais casa, havia uma casa, simples e aconchegante. Nela morava uma garotinha, que sempre cantando passava seus dias a brincar no jardim da frente.
Em algum momento, não se sabe dizer quando, apareceu em volta da casa um imenso muro, que impedia quem por ali passasse avistar a casa, no entanto, todos sabiam que a garotinha ainda brincava no quintal, pois, se ouvida seu canto animado todas as manhãs e fins de tarde.
O tempo passou, a garotinha se tornou uma bela mulher, que já não brincava mais no quintal e cujo o canto suspeitava vir de um dos quartos de onde sentava à janela pra escrever os sonhos que tinha durante a noite.
Os vizinhos questionavam por que nunca se via tal moça caminhando pela rua, ou tendo uma vida "normal" como todas de sua idade e ainda assim notavasse felicidade no timbre de sua voz.
Seu mundo era perfeito e protegido dentro daquelas muralhas, sentiasse confortavelmente segura onde estava.
Numa das noites que se seguiram, ela sonhou. Sonhou de forma diferente, seu sonho era real e tinha formas, voz e corpo. Sonhou com um amor, que lhe chamava ao coração pra estar com ele.
Levantou-se naquela manhã e ao invés de escrever como sempre fazia, pensou em meios de derrubar os muros que impediam a vista de sua casa. Não se sabe ao certo como o fez, mas fez. Seu semblante era dolorido, algo se quebrava em seu interior, sentia-se desprotegida e amedrontada, seu mundo estava exposto para quem interessava e isso a assustava diariamente.
Ainda assim, cheia de coragem e sempre recordando da voz do amor que a chamava, dedicou-se a esculpir um novo jardim, plantou cercas viva, roseiras, pimenteiras e margaridas, enquanto cuidava de seu jardim, sussurrava uma canção que jurava que onde seu amor estivesse ouviria sua voz e a encontraria.
Ela não sentia mais medo e a dor de outrora era cada vez mais ténue, porque seu coração estava cheio de certeza e amor.

Era uma vez...

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