Doçura

Doçura

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

No Mercado


Há algum tempo não passava um dia inteiro sem preocupações.
Hoje acordamos cedo, o dia seria árduo, desbravar a selva de pedra que é São Paulo, não seria tão simples quanto imaginei.
" ... o almoço no Mercado Municipal não poderia ser mais agradável aos meus olhos. As ruas que desembocam ali, tão cheia de pessoas, com sacolas enormes passando apresadas de um lado para o outro, procurando por ruelas sem fim, cheias de apetrechos comerciais, pareciam não perceber toda a ostentação que ainda hoje impera no Mercado municipal.
Escolhemos uma mesinha aconchegante, fizemos o pedido e enquanto aguardamos o prato caprichosamente preparada para matar nossa fome, Ed pediu um Chopp maltado, bom eu não bebo, mas essa seria uma espécie de degustação, algo diferente ao meu paladar precisava ser acrescentado a imensa lista de sabores novos.
Mais que aprovada a bebida a comida parecia deslizar por minha boca. A conversa mole, discontraida, fazia com que meus olhos percorressem todo o espaço. Os detalhes nos vitrôs antigos, a arquitetura que em outrora se mostrava sofisticada e que hoje nos remete a estado de nostalgia, as cores vibrantes das frutas nas bancas, nas roupas das pessoas, nos adereços das mesas, tudo compunha um visual único, um caleidoscopio vibrante.
Me senti estaziada, plena de mim mesma, algo não estava como no coditiano de minha vida apressada. As preocupações, os afazeres que a muito me acompanhavam diariamente, nessa hora não fazia mais parte de mim.
Estava pela primeira vez em dias vazia de mim mesma e plena de tudo a minha volta."

Ed está dormindo, e não quero que perceba minha ausência, mas não poderia dormir antes de colocar vida naquilo que está nos meus olhos, sem mostrar a vida da forma como eu a vi hoje.

Beijos e bons sonhos

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